3 de abril de 2006

A Ilusão no Discurso da Auto-Ajuda e o Sintoma Social (não-ficção)

Arnaldo Chagas, 2001, Brasil

Que razões podem levar milhares de pessoas no mundo todo a consumirem livros de auto ajuda? Que sentido o homem contemporâneo encontra nos conteúdos desses manuais para conduzir-se na vida? Por que razões as pessoas identificam-se com idéias propostas pelos referidos autores? Que fatores socioculturais suscitam sua adesão ao referido discurso? Que relações estruturais constituem a valorização das promessas e receitas contidas nas referidas literaturas?” Essas são as questões principais que o trabalho de Arnaldo Chagas coloca em discussão.

Com um vasto intrumental teórico - Sociologia, Lingüística e Psicologia - ele constrói uma abordagem bastante rica e esclarecedora. Seu principal mérito é a análise do discurso da auto-ajuda (um discurso com fórmulas impositivas e totalitárias e que vende a ilusão da felicidade plena). Ao desconstruí-lo, Arnaldo Chagas expõe as táticas usadas pelos autores desse gênero para convencer e fidelizar seus leitores.

Individualismo exacerbado; a lógica capitalista do sucesso e riqueza; a ética do consumo; a tendência de julgar as pessoas por seus objetos: aí estão alguns valores desagregadores que Arnaldo identifica nesses manuais da auto-ajuda.

Uma leitura surpreendente e, repita-se, esclarecedora.

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