16 de novembro de 2004

Memórias de Adriano

Marguerite Yourcenar, 1974, França

A história do Imperador Romano Adriano é contada em forma de memórias escritas pelo próprio soberano. Uma obra de ficção fascinante que, de acordo com seu editor, obedece a um rigoroso processo de reconstituição histórica.

Criação literária de força ímpar, o livro nos conduz ao universo social e psicológico deste recorte do Império Romano. Filosofia, política, medicina, militarismo... a autora constrói um grande painel acerca do conhecimento da época.

Historicamente, Adriano é um personagem reconhecido por incorporar os grandes atributos do Humanismo antigo.

1 de novembro de 2004

Os Sertões

Euclides da Cunha, 1902, Brasil

O livro de Euclides da Cunha foi inovador em seu tempo. Diferentemente da tradição que imperava – a imagem do litoral como representação brasileira – pela primeira vez, com tal exuberância de detalhes e de forma sistemática, o interior brasileiro é o foco da retratação.

O sertão, o sertanejo e a Guerra de Canudos – aí estão o cenário, o personagem e a ação narrados por Euclides. O livro é um documento histórico de leitura obrigatória para quem deseja não ignorar acontecimentos marcantes do país. Uma obra maravilhosa que retrata a miséria, a religiosidade, comportamentos humanos e peculiaridades deste pedaço de chão brasileiro; além de ilustrar os traços dos Estudos Sociais Brasileiros do final do século XVII.

Veja este depoimento que sintetiza bem o espírito do livro: "Eu tinha que ler Os Sertões se queria ser um escritor brasileiro. Meti isso na cabeça e entreguei-me à tarefa obrigatória. No início foi penoso, mas bravamente, atravessei as áridas páginas da primeira parte, A Terra, e passei ao capítulo seguinte, de travessia igualmente difícil, pelo menos até chegar aos tipos humanos – o sertanejo, o vaqueiro, o jagunço... Meu interesse era conhecer a história de Antônio Conselheiro, que se tornara lendária, tema dos cordéis da infância. E, quando a ela cheguei, não larguei mais o livro até a última página do derradeiro capítulo". FERREIRA, Gullar (Folha de S. Paulo, 1o. dez. 2002, caderno Mais!, p. 5).