12 de julho de 2005

Drácula

Bram Stoker, 1897, Irlanda

Obra prima da literatura universal, esse romance gótico definiu o arquétipo do vampiro que ainda hoje povoa o imaginário do terror.

Um livro muito bem escrito. À maneira vitoriana, possui uma linguagem bastante formal, solene e polida; densidade nas palavras que não chega, nem por um momento, a prejudicar a simplicidade do raciocínio.

O poder descritivo do autor é uma qualidade que favorece ao suspense e os fatos são muito bem amarrados, sem furos (haja criatividade!). Stoker também se revela uma pessoa de sensibilidade e inteligência privilegiadas ao expor minuciosamente seus personagens, temperando sua obra com belíssimos insights sobre a natureza do comportamento humano.

Literatura de entretenimento sim. Contudo, não se trata de um livro banal. Muito conhecimento, inclusive sobre a época em que foi escrito, aflora de suas páginas. Ótima leitura!

"Quem nunca passou por todos os terríveis sofrimentos da noite não pode avaliar com exatidão como são doces e sutis para o nosso coração e caros para os nossos olhos os primeiros clarões do alvorecer" (p.53).

2 de julho de 2005

Tempus Fugit

Rubem Alves, 1990, Brasil

Seleção de crônicas deste grande pensador brasileiro. Literatura que não prima tanto por sua sofisticação estética, mas brilha pelo conjunto temático, pela reflexão proposta e pela sinceridade das palavras.

Pequenos escritos que versam sobre a felicidade, a tristeza, vida e morte, amor, pensamento e sabedoria.

Ao descrever um texto, sempre ficamos em débito com sua profundidade e multiplicidade, por isso escolhi essas poucas palavras para que esta dívida não se amplie. Resta recomendar a leitura... Não em honra ao autor, mas em consideração ao leitor.

E, em consideração à minha memória, quero registrar aqui o meu desejo de sempre reler a crônica intitulada Namorados (magnífica!).

Tempus Fugit também é o nome do primeiro dos textos da obra, do qual extraio um breve e belíssimo momento. “Quem sabe que o tempo está fugindo descobre, subitamente, a beleza do momento que nunca mais será...” (p. 11).